Vida consagrada feminina
Na comunidade de Emanuel, algumas mulheres recebem um chamado particular: consagrar-se a Deus em um celibato para o Reino. Eles vivem um amor apaixonado, casando-se com a forma radical de Cristo, pobre, casto e obediente.
Com a Virgem Maria, eles mantêm um coração disponível para a missão, com seus irmãos sacerdotes, famílias e solteiros da comunidade. Eles vivem sua vocação no coração do mundo e da sociedade onde praticam sua profissão.
Pela roupa comum que vestem (saia azul e blusa branca), optam por adotar uma forma de vida simples no meio do mundo.
Sua vocação: dar um testemunho do amor de Deus do qual estão cheios.
Testemunhos de consagradas
Uma vida de empobrecimento e de amor – Maria Martha Novaes dos Santos, Consagrada no celibato no seio da Comunidade Emanuel, São Paulo
Sou consagrada no celibato no seio da Comunidade Emanuel e vivi 4 anos em Salvador na Paróquia Nossa Senhora dos Alagados, confiada a um padre da Comunidade Emanuel. Para mim este tempo de missão aprofundou as bases fundamentais de minha vocação e me permitiu redescobrir a verdade mais profunda sobre mim.
Todos os dias eu ia encontrar-me com os irmãos na Igreja, para iniciarmos o dia com um tempo de louvor seguido de uma hora de adoração antes ir para o trabalho, que no meu caso era de pedagogia, junto a um Projeto social que acolhe 60 crianças pobres.
Eu sempre me considerei uma pessoa pobre, mas com as crianças com quem trabalhei descobri que era rica e demasiadamente apegada às coisas que passam. Elas me ajudaram a entrar nesta via de empobrecimento e com isso encontrei espaço interior para deixar o amor de Deus crescer em mim. Cada pessoa que existe no mundo é pessoalmente conhecida e amada por Ele, por isso Ele não é indiferente ao que vivemos, alegrias e dores. Ele se alegra e sofre conosco. Compartilhar isso com o Senhor mudou minha maneira de ver o mundo e a mim mesma.
Hoje eu sei que a felicidade está no pequeno serviço e no pequeno dom que posso fazer a cada dia, buscando forças Naquele que tudo pode. Hoje eu sei que em qualquer circunstância o essencial é começar o dia dizendo: Jesus eu confio em ti.
Vida e alegria, a vós que procuram Deus! – Catherine, consagrada no celibato no seio da Comunidade Emanuel na Bélgica.
Após muitos lugares de trabalho e missão, eu escolhi me tornar cuidadora, para me ocupar das pessoas idosas. Eu exerço este trabalho em uma Casa de Repouso mantida pela Congregação das Pequenas irmãs dos pobres (Congregação fundada por Santa Joana Jugan que tem a vocação de acolher e cuidar das pessoas idosas).
Meu trabalho consiste em cuidar e não simplesmente ter gestos de cuidados.
Esta é uma das razões pelas quais esta escolha nem sempre é fácil! Eu encontro enormemente a alegria. O espírito de Joana Jugan me inspira frequentemente: louvar, Bendizer a Deus em todas as coisas, amar os mais pobres, confiar na Providência, a humildade, a intimidade com Deus. E isso tudo parece com aquilo que nós procuramos viver na Comunidade Emanuel. Deus Conosco que se encarna e se faz pequeno, próximo dos pobres (portanto de nós). Ele nos leva com os anjos e os santos a louvá-lo todos os dias e em todo lugar! É esta luz, este fogo de caridade que eu tento irradiar. Eu procuro dar no cuidado simples da vida cotidiana destas pessoas. E eu recebo infinitamente mais e isto é bem uma das qualidades próprias de Deus! “Vida e alegria, a vós que procuram Deus!” ( Sl 68,33)
Rezando juntos, recebemos paz e unidade no trabalho – Maria- José, consagrada no celibato no seio da Comunidade Emanuel em Portugal
Eu trabalho no Instituto Superior Técnico de “Linda-a-Velha”, perto de Lisboa. Como em todo meio onde a maior parte das pessoas são científicas, não é fácil falar de Deus.
Eu começo cada um dos meus dias com um louvor e pedindo a Maria de vir nos proteger e nos colocar sob seu manto de misericórdia.
No início da minha vida profissional eu sentia sob mim um olhar desaprovador de todos, mas depois descobri que todo mundo respeitava minha veste (veste comum das consagradas) e a cruz sobre o meu peito.
Cada dia, eu rezo por meus colegas, pelos estudantes, pelos professores e os dirigentes do IST. Foram necessários muitos anos para que eu visse os frutos destas orações. Um dia, eu pedi ao Senhor para me mostrar a quem eu poderia falar dele. Neste mesmo dia, um colega veio me falar do Cristo! Na semana seguinte, ele estava num jardim para rezar o ngelus com os jovens do movimento “Comunhão e Libertação”, um movimento de jovens católicos de origem italiana.
No ano passado, eu convidei uma jovem colega para seguir um percurso Alpha (percurso de formação com os ensinamentos básicos da fé com reuniões semanais). Ela aceitou e ela foi com duas amigas, todas as duas distantes da Igreja. Elas foram muito tocadas por este percurso. Tanto que, em seguida, uma delas partiu em missão humanitária com FIDESCO (ONG fundada pela Comunidade Emanuel que envia missionários leigos para uma missão por um determinado tempo), no Timor, no último mês de setembro! Atualmente, quatro colegas e um estudante de doutorado vem rezar comigo, ainda que eles não frequentem a Igreja habitualmente. Neste momento dura apenas cinco minutos, mas sinto que é o paraíso sobre a Terra! Nós recebemos muito de paz e depois da oração nós somos mais unidos no trabalho.
Minha presença como consagrada reenvia as pessoas para Deus – Natali, camaronesa, consagrada no celibato no seio da Comunidade Emanuel na França
Eu vivo minha profissão de enfermeira como um chamado para estar perto dos mais fracos para por meio deles tocar e me aproximar do próprio Cristo.
O louvor cotidiano prepara meu coração e, a cada dia, eu sou impulsionada pelo desejo de levar o Senhor para próximo das pessoas que eu encontro no meu local de trabalho.
Ao olhar as pessoas enfraquecidas pela doença, eu escuto ressoar a palavra do Cristo “Vinde a mim, vós todos que estais cansados e aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei a minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mt 11, 28-29).
Isso me conduz a permanecer sobre um caminho de conversão. Quando eu cheguei no meu novo serviço, as dificuldades com meus colegas eram muito pesadas para suportar, e ao mesmo tempo, eu tinha a certeza que eu estava no lugar de missão que o Senhor me propunha e que ele estava ao meu lado.
Na minha oração, uma palavra me tocou: “No momento favorável, eu te escutei, no dia da salvação.Agora é o tempo favorável, agora é o dia da Salvação” (II Cor, 6, 1-2). Eu compreendi que cada momento, difícil ou não – é um tempo de graça, com o Senhor. Eu aprendi a lhe oferecer este cotidiano para minha conversão e a do mundo, e eu rezo para me guardar na bondade e no bom testemunho. Minha presença como consagrada reenvia as pessoas para Deus: minha colegas me confiam muitas intenções de oração e isso significa mais e mais minha vida!